7 de abr. de 2012

Enslaved (2012)

Soulfly, banda fundada por Max Cavalera depois de sua saída do Sepultura, nunca me agradou, apesar disso sempre ouvi dizer que os novos discos do grupo estavam mais pesados e melhores e dessa vez decidi verificar por mim mesmo.

O disco abre com o hino "World Scum" que conta com a participação de Travis Ryan vocalista do excelente Cattle Decapition. Seguimos com a porrada "Intervention" e com o brilhantismo da faixa "Gladitator" que impressiona pela variedade dos riffs.

Max Cavalera apresenta um gutural correto e bem escuro que por vezes é contraposto com o de Jorge Campos que possui um gutural bem rasgado.

Enslaved é um disco de Thrash Metal temperado com boas doses Groove Metal, Death Metal e por vezes até Black Metal. O trabalho dos guitarristas Cavalera e Marc Rizzo é excelente, os riffs criam atmosferas densas e sombrias o que dá espaço para destruição técnica e melódica, visto a grande quantidade de melodias que podemos perceber nos solos e riffs.

Essa tendência no instrumental das bandas de metal extremo pode ser observada em bandas como Behemoth, Nile e no disco mais recente do Deicide. Uma característica mais do que bem vinda, pois dá um leque de opções maior ao estilo que as vezes fica preso a velocidade e ao peso extremo.

Mas o trabalho do Soufly vai além já que se trata de um disco de Thrash Metal que através de faixas como "American Steel" e a longa "Chains" evidencia sua raízes, o que o Soulfly faz é uma bela mistura que não se limita a ficar presa em uma única formula o que nos dá um belo leque de faixas diferenciadas e todas elas de qualidade inquestionável.

Marc Rizzo mostra sua habilidade na música flamenca na sensacional "Plata O Plomo" cantada em português por Max Cavalera e em espanhol por Jorge Campos, sem dúvida uma das melhores faixas do disco. o novo baterista do grupo , o David Kinkade, é uma das peças chaves do disco, suas viradas, blast beats e batidas no tempo certo são de fundamental importância para a construção dos climas caóticos do disco.

O disco fecha com o grito de guerra que é a faixa "Revengeance", faixa que conta com a participação dos membros da família Cavalera. Eu poderia até dizer que a família Cavalera está muito bem representada e... Mas a verdade é que esses moleques tem que melhorar muito esses guturais que lembram vocalistas de Metalcore e Screamo, os timbres de voz são de pirralhos fazendo força para soar malvados. Apesar disso a faixa tem um excelente instrumental e as intervenções de Max Cavalera impedem a música de se tornar um mimimi na parte vocal.

Enslaved é um belo tapa na cara dos detratores de Max desde que esse abandonou o Sepultura, um disco excelente do inicio ao fim e ao fim de sua audição me lembrei do excelente Unto The Locust, que assim como esse disco mostrava como soar pesado, marcante, criativo sem cair na vala dos clichês de puro peso do gênero extremo.

Nota: 10 **********

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