10 de mai. de 2012

Dark Princess - The World I've Lost (2012)

Me desculpe Rubens, mas The World I've Lost não é uma boa surpresa. É uma surpresa excepcional.


The World I've Lost tem uma sonoridade difícil de definir. Enquanto você vê claramente um som "metal sinfônico" em muitas das músicas, em outras o que você vê é uma mescla de rock com metal bem descarada. E incrivelmente cativante. E é justamente esse o principal diferencial desta banda russa formada em 2004, o Dark Princess. Obviamente não fica por aí.

A novata (nem tanto, pois já está na banda desde 2008) vocalista Natalia Terenkhova dá uma aula de feeling impressionante, os arranjos eletrônicos são sutis e só acrescentam positivamente ao som do álbum e a coesão do trabalho mostra como ele foi muito bem composto e produzido. Mas o destaque desse álbum é realmente como eles usam do metal sinfônico e do rock em favor da sonoridade deles e não o contrário.


The World I've Lost é um álbum que demorou 5 anos para ser lançado (Жестокая Игра ("Jogo Cruel"), o álbum anterior deles, foi lançado em 2007), ou seja, um bom tempo para trabalhar nas músicas e para acostumar a nova vocalista, já que Olga Romanova (a vocalista anterior) saiu da banda em 2008). E é bom ver que esse tempo foi muito bem usado (já que tem bandas que tem muito mais tempo para desenvolver um álbum e este fica bem aquém das expectativas (não sei porque lembrei do Guns 'N Roses agora...) e o álbum ficou impecável, trazendo uma sonoridade incomum para bandas rotuladas (erroneamente, claro) como "metal gótico".


A mistura de rock com metal desse álbum é algo impressionante e que dá ainda mais força e intensidade ao som do álbum. Exemplo bem claro dessa "mistura explosiva" é a segunda faixa do álbum: We Can Not Fly So High, que é a síntese perfeita da proposta do álbum. A banda mistura o metal sinfônico (visível nos arranjos da música) e o rock (representado nos riffs de guitarra que são o "fio condutor" da música), destoando assim da maioria das bandas de metal pseudo-gótico, que, ou seguem a linha "bela e a fera" do Tristania por exemplo, ou seguem a linha metal alternativo soturno do Lacuna Coil. E, claro, como bem notou o Rubens, a voz da vocalista ajuda muito nessa diferenciação com aquela voz de cantora pop dos anos 90.


Esse álbum é cheio de influências de estilos diferentes de metal e rock. Fieds Of Use é uma música mais próxima do metal sinfônico, enquanto a já citada We Can Not Fly So High é mais próxima do hard rock e tem até o celtic metal de Paradise Land. A banda consegue unir todas essas infuências distintas em sua sonoridade de uma maneira coesa e com o toque pessoal da banda. E é justamente esse o destaque do álbum: sua sonoridade ímpar.

 Realmente, caracterizar esse álbum simplesmente como metal sinfônico é preguiça e ignorar a sonoridade ímpar dessa banda, já que não seria mentiroso classificá-lo até como rock, apesar de ser mais justo classificá-lo como metal sinfônico por esse gênero ser o denominador comum de suas músicas.


The World I've Lost é um álbum singular que merece ser ouvido sem preconceitos, nem comparações com outras bandas de metal sinfônico. É um álbum excepcional em sua proposta e execução, e eu não me surpreenderia se acabasse como um dos melhores álbuns do ano.
 Lista de Músicas:


1. Fight With Myself
2. We Can Not Fly So High
3. Fields Of Youth
4. The Key
5. Everlasting Pain
6. Paradise Land
7. Point Of No Return
8. The Temple Of Darkness
9. The Last Page
10. The Way Of Passion


Nota: 9,5

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